Decidi por me inscrever no curso de Engenharia Química, mesmo após mais de dez anos de formada em química e com vários cursos de especialização, para me manter atualizada. Estou adorando!
A disciplina, Saúde e Qualidade de Vida, faz parte da grade obrigatória da Universidade e aborda temas muito familiares aos Higienistas. São discutidas as questões de Saúde e bem estar no ambiente de trabalho e a eterna busca do equilíbrio entre os anseios profissionais e os papéis sociais dos indivíduos. Segue o trabalho na íntegra. Reabri a enquete e gostaria de conhecer a opinião de vocês (Pesquisa eletrônica - Saúde e Qualidade de vida na indústria).
Atividade Virtual:
Realização
de enquete virtual envolvendo profissionais da Indústria Química e
Petroquímica, envolvendo conceitos de Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho.
Objetivo:
Produzir uma pesquisa sobre Saúde e Qualidade de Vida
mostrando o conteúdo da disciplina e abordando aspectos importantes, bem como
associando as questões de saúde e qualidade de vida não só ao aspecto
profissional, mas às demais questões atinentes à rotina de vida do trabalhador,
relacionando a teoria à prática.
Introdução
Teórica
Os conceitos de Saúde e Qualidade de Vida ainda são
entendidos de maneira difusa pela Sociedade em geral. Cada indivíduo percebe
esses conceitos de maneira diferenciada de acordo com suas próprias
referências, tais como: educação, classe social e religião.
Para muitas pessoas, Saúde significa ausência de
doenças. Porém, definições mais modernas, como as da Organização Mundial da
Saúde (OMS), descrevem a Saúde como sendo o perfeito equilíbrio entre o
bem-estar físico, mental e social (Mussi, 2014).
Se o conceito de Saúde é difuso, mais ainda é o de
Qualidade de Vida. Este é bastante subjetivo e depende quase que totalmente das
referências de cada indivíduo. Poderíamos traçar um paralelo desse conceito com
a Pirâmide de Maslow (Wikipedia, 2012). Segundo
este teórico, o nível máximo de realização pessoal só é possível de ser
alcançado após o atendimento de todas as necessidades básicas biológicas,
individuais e sociais.
Seguindo esta linha de raciocínio, podemos inferir
que uma pessoa sem teto e desempregada desejaria um emprego e um teto para
melhorar sua qualidade de vida. Entretanto, esses desejos se tornam mais
sofisticados, conforme outras necessidades são atendidas, o que só é possível
por ascensão social.
Obviamente, para um executivo bem sucedido um teto e
um emprego não são mais suficientes para sua satisfação pessoal. Ele haverá de
se realizar fazendo caridade, ou viajando pelo mundo, ou se retirando para o
Tibet.
Atualmente, um tema que está muito em voga é a
realização de atividades físicas. Gostando ou não, as pessoas “precisam” ser
atletas para afirmar que estão cuidando da sua Qualidade de Vida. Com isso,
novas necessidades são inseridas na pirâmide de Maslow. O indivíduo precisa ter
um personal trainner (Moraes, 2011), pois sem ele não conseguirá alcançar seus
objetivos no esporte. Aliado a isso, é imprescindível ter um nutricionista. E
como este mesmo indivíduo ainda precisa
dar conta do trabalho e da família, sendo um profissional brilhante e um pai/mãe/marido/esposa/filho(a)
exemplar, ele sem dúvida precisará também de um psicólogo para curar sua
frustração, já que é humanamente impossível ser tão bom em tanta coisa
simultaneamente.
Essas novas necessidades tem trazido muitos
benefícios a saúde das pessoas – uma vez que é comprovada a eficácia das
atividades físicas e da alimentação adequada na promoção da saúde. Ajudam
também no desenvolvimento da economia, criando novos mercados e fazendo o
dinheiro circular.
Para poder pagar por essa qualidade de vida toda, o
indivíduo precisa trabalhar duro. E como fica a Qualidade de Vida no ambiente
de trabalho? Como o trabalho interfere na realização do ser humano. O ambiente
laboral interfere em seu bem estar? As empresas oferecem algum tipo de
benefício que contribui para uma melhor qualidade de vida? Se fazem algo, será
que é suficiente?
Um estudo publicado pela Organização Internacional
do Trabalho (OIT, 2012) afirma que “A
conciliação entre o trabalho e a vida pessoal e familiar está intrinsecamente
relacionada ao conceito de Trabalho Decente.” Ou seja, não é mais possível
dissociar a qualidade das relações patrão-empregado da qualidade de vida do
trabalhador.
O estudo realizado pretende avaliar as percepções
dos empregados das indústrias sobre a influência das empresas na sua qualidade
de vida. Devido a pequena amostragem, este pode ser considerado um estudo
preliminar, devendo ser aprofundado para se obter uma análise mais rica deste
tema tão complexo e subjetivo.
Uma das formas de se estudar temas subjetivos é por
meio da realização de enquetes. Este foi o método selecionado pela equipe para
avaliar as percepções de um determinado grupo de pessoas sobre os conceitos de
Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho.
Metodologia
Visando delimitar um volume de controle para o
estudo, optou-se por realizar uma enquete virtual direcionada a um público
conhecido. Assim, foi possível avaliar as percepções de um grupo que pertence a
mesma “fatia” social.
A enquete virtual foi realizada utilizando uma
ferramenta do Google® denominada “Google
Forms”, utilizando-se o site https://drive.google.com.
Universo
de pesquisa: Trabalhadores da Indústria, maiores de
18 anos, homens e mulheres, tendo o ensino técnico como grau de instrução
mínimo.
Amostragem:
A pesquisa foi enviada para 13 pessoas que foram
escolhidas dentro da rede de relacionamento dos integrantes da equipe. O
conceito da pesquisa foi explicado e o link
para o formulário foi enviado por e-mail.
Entendemos que a enquete realizada dessa forma daria
mais liberdade para os respondentes expressarem sua opinião sem nossa
interferência. As respostas são anônimas.
O questionário pode ser verificado no Anexo 1
Resultados.
O questionário foi disponibilizado para o público
alvo entre os dias 26/04 e 30/04. Neste período, foram obtidas 8 respostas, valor
correspondente a 61,5% do público esperado, porém maior que o dobro do mínimo
requerido para esta atividade, que era de três respondentes.
Na amostra obtida, 50% dos respondentes eram
mulheres. A faixa etária predominante ficou entre 26 e 35 anos (50% do total).
Metade dos respondentes estão trabalhando há mais de um ano e menos de três
anos e 38% trabalham há mais de 8 anos na indústria. 75% dos respondentes
possuem curso superior completo.
A maioria dos respondentes definiu
Qualidade de Vida como ter “Saúde e Disposição” (seis respondentes). Dois
respondentes definiram como ter “Tempo livre para fazer o que quiser”. Nenhum
participante associou a Qualidade de Vida a ter “Dinheiro no bolso”.
Os respondentes deram notas entre 4 e 8
para sua Qualidade de Vida no momento (em uma escala 0-10). Destes, dois
respondentes deram nota 8, três deram nota 7 e três deram nota menor ou igual a
5. Não foi possível estabelecer uma correlação estatística entre o grau de
instrução e a nota atribuída a Qualidade de Vida.
O Reembolso educação foi um dos
benefícios mais citados dentre aqueles oferecidos pela empresa e também foi
apontado como sendo um dos que mais contribui para a qualidade de vida dos
respondentes. Além desse, foi citado também o transporte, a academia de
ginástica, o programa de prevenção ao risco cardíaco e o auxílio creche.
Três respondentes reportaram não receber
benefícios da empresa, além do salário.
Dentre os benefícios não oferecidos,
porém desejados pelos respondentes, os mais citados foram:
Horários
flexíveis – 3 citações
Plano
de Saúde – 3 citações
Transporte
– 2 citações
A maioria dos respondentes consideraram que o ambiente
de trabalho causa um alto impacto na sua qualidade de vida (63%).
Os participantes consideraram que a
Universidade pode contribuir com a melhoria da Qualidade de Vida e Saúde (SQV)
no ambiente de trabalho Prestando consultoria para as empresas (50%),
promovendo palestras com especialistas abertas ao público ou oferecendo
disciplinas humanísticas no currículo dos profissionais da indústria (25%
cada). Nenhum respondente considerou que a criação de linhas de pesquisa em
nível de mestrado e doutorado sobre o tema SQV venha a contribuir com a
melhoria da Qualidade de Vida nas empresas.
Os detalhes sobre o resultado da enquete
eletrônica podem ser verificados nos gráficos apresentados na seção “Relatório
Analítico”.
Relatório
Analítico:
Conclusão
Verificou-se que o acesso a educação é um fator
relevante para a Qualidade de Vida dos
respondentes. Podemos inferir que esse acesso dá as pessoas uma perspectiva de
melhor remuneração e através dessa um maior acesso aos bens intangíveis
associados a Qualidade de Vida, tais como planos de saúde mais completos e
academias de ginástica. Os respondentes também sinalizaram que ter horários
flexíveis contribui para sua Qualidade de Vida.
Essas respostas convergem com a percepção da maioria
de que QV significa saúde e disposição e tempo livre para fazer o que quiser.
Esta enquete teve um público pequeno, porém abriu
uma perspectiva para que sejam aprofundados os estudos neste tema, uma vez que
várias oportunidades de desenvolvimento para a Universidade foram identificadas.
Os participantes da pesquisa indicaram que a
Universidade pode contribuir para a Sociedade fornecendo consultoria para as
empresas que desejem melhorar o Ambiente de Trabalho e oferecendo palestras
abertas ao público com especialistas na área de Saúde e Qualidade de Vida.
Parte dos entrevistados também sinalizaram que
oferecer disciplinas humanísticas para os cursos voltados a profissionais das
indústrias pode ajudar a melhorar o ambiente de trabalho. Neste item, podemos
verificar que a Unifacs está alinhada com as expectativas da Sociedade.
Por meio desta enquete foi possível verificar as
aplicações práticas da disciplina Saúde e Qualidade de Vida. Pudemos perceber a
importância desses conceitos no ambiente profissional e perceber que a Universidade
pode e deve colaborar para o desenvolvimento de ambientes de trabalho mais
saudáveis.
Esperamos ter contribuído para que a Universidade
melhore ainda mais suas práticas, buscando aprimorar sua contribuição para a
Sociedade.
Referências
Bibliográficas
Moraes, F. F. (24 de 02 de 2011). Campus Virtual
Unifacs. Acesso em 01 de 05 de 2014, disponível em Unifacs:
http://campusvirtual.unifacs.br/moodle/mod/resource/view.php?id=35181
Mussi, R. (2014). http://campusvirtual.unifacs.br/moodle/file.php/1400/aulas/aula_02saude_e_qualidade_de_vida.html.
Acesso em 01 de 05 de 2014, disponível em Campus Virtual Unifacs:
http://campusvirtual.unifacs.br/moodle/file.php/1400/aulas/aula_02saude_e_qualidade_de_vida.html
OIT. (2012). Conciliação entre Trabalho, vida pessoal
e vida familiar. In: J. R. Guimarães, Perfil do Trabalho Decente no Brasil -
Um olhar sobre as unidades da Federação (p. 416). Brasília: Escritório da
OIT no Brasil.
Wikipedia. (05 de 2012). Wikipedia. Acesso em
01 de 05 de 2014, disponível em Wikipedia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow
ANEXO 1 – Formulário do google (disponível em: https://docs.google.com/forms/d/1Iae1UUAj9mv8gUx2oEegvKDguoKoZ2bFZktznbBcLdc/viewform)
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