sábado, 24 de maio de 2014

Saúde e Qualidade de Vida no trabalho

Este texto foi escrito como atividade virtual da disciplina EAD de Saúde e Qualidade de Vida, do curso de Engenharia Química da UNIFACS.

Decidi por me inscrever no curso de Engenharia Química, mesmo após mais de dez anos de formada em química e com vários cursos de especialização, para me manter atualizada. Estou adorando!

A disciplina, Saúde e Qualidade de Vida, faz parte da grade obrigatória da Universidade e aborda temas muito familiares aos Higienistas. São discutidas as questões de Saúde e bem estar no ambiente de trabalho e a eterna busca do equilíbrio entre os anseios profissionais e os papéis sociais dos indivíduos. Segue o trabalho na íntegra. Reabri a enquete e gostaria de conhecer a opinião de vocês (Pesquisa eletrônica - Saúde e Qualidade de vida na indústria).

Atividade Virtual:
Realização de enquete virtual envolvendo profissionais da Indústria Química e Petroquímica, envolvendo conceitos de Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho.

Objetivo:
Produzir uma pesquisa sobre Saúde e Qualidade de Vida mostrando o conteúdo da disciplina e abordando aspectos importantes, bem como associando as questões de saúde e qualidade de vida não só ao aspecto profissional, mas às demais questões atinentes à rotina de vida do trabalhador, relacionando a teoria à prática.

Introdução Teórica

Os conceitos de Saúde e Qualidade de Vida ainda são entendidos de maneira difusa pela Sociedade em geral. Cada indivíduo percebe esses conceitos de maneira diferenciada de acordo com suas próprias referências, tais como: educação, classe social e religião.

Para muitas pessoas, Saúde significa ausência de doenças. Porém, definições mais modernas, como as da Organização Mundial da Saúde (OMS), descrevem a Saúde como sendo o perfeito equilíbrio entre o bem-estar físico, mental e social (Mussi, 2014).

Se o conceito de Saúde é difuso, mais ainda é o de Qualidade de Vida. Este é bastante subjetivo e depende quase que totalmente das referências de cada indivíduo. Poderíamos traçar um paralelo desse conceito com a Pirâmide de Maslow (Wikipedia, 2012). Segundo este teórico, o nível máximo de realização pessoal só é possível de ser alcançado após o atendimento de todas as necessidades básicas biológicas, individuais e sociais.

Seguindo esta linha de raciocínio, podemos inferir que uma pessoa sem teto e desempregada desejaria um emprego e um teto para melhorar sua qualidade de vida. Entretanto, esses desejos se tornam mais sofisticados, conforme outras necessidades são atendidas, o que só é possível por ascensão social.

Obviamente, para um executivo bem sucedido um teto e um emprego não são mais suficientes para sua satisfação pessoal. Ele haverá de se realizar fazendo caridade, ou viajando pelo mundo, ou se retirando para o Tibet.

Atualmente, um tema que está muito em voga é a realização de atividades físicas. Gostando ou não, as pessoas “precisam” ser atletas para afirmar que estão cuidando da sua Qualidade de Vida. Com isso, novas necessidades são inseridas na pirâmide de Maslow. O indivíduo precisa ter um personal trainner (Moraes, 2011), pois sem ele não conseguirá alcançar seus objetivos no esporte. Aliado a isso, é imprescindível ter um nutricionista. E como  este mesmo indivíduo ainda precisa dar conta do trabalho e da família, sendo um profissional brilhante e um pai/mãe/marido/esposa/filho(a) exemplar, ele sem dúvida precisará também de um psicólogo para curar sua frustração, já que é humanamente impossível ser tão bom em tanta coisa simultaneamente.

Essas novas necessidades tem trazido muitos benefícios a saúde das pessoas – uma vez que é comprovada a eficácia das atividades físicas e da alimentação adequada na promoção da saúde. Ajudam também no desenvolvimento da economia, criando novos mercados e fazendo o dinheiro circular.

Para poder pagar por essa qualidade de vida toda, o indivíduo precisa trabalhar duro. E como fica a Qualidade de Vida no ambiente de trabalho? Como o trabalho interfere na realização do ser humano. O ambiente laboral interfere em seu bem estar? As empresas oferecem algum tipo de benefício que contribui para uma melhor qualidade de vida? Se fazem algo, será que é suficiente?

Um estudo publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2012) afirma que “A conciliação entre o trabalho e a vida pessoal e familiar está intrinsecamente relacionada ao conceito de Trabalho Decente.” Ou seja, não é mais possível dissociar a qualidade das relações patrão-empregado da qualidade de vida do trabalhador.

O estudo realizado pretende avaliar as percepções dos empregados das indústrias sobre a influência das empresas na sua qualidade de vida. Devido a pequena amostragem, este pode ser considerado um estudo preliminar, devendo ser aprofundado para se obter uma análise mais rica deste tema tão complexo e subjetivo.

Uma das formas de se estudar temas subjetivos é por meio da realização de enquetes. Este foi o método selecionado pela equipe para avaliar as percepções de um determinado grupo de pessoas sobre os conceitos de Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho.


Metodologia

Visando delimitar um volume de controle para o estudo, optou-se por realizar uma enquete virtual direcionada a um público conhecido. Assim, foi possível avaliar as percepções de um grupo que pertence a mesma “fatia” social.

A enquete virtual foi realizada utilizando uma ferramenta do Google® denominada “Google Forms”, utilizando-se o site https://drive.google.com.

Universo de pesquisa: Trabalhadores da Indústria, maiores de 18 anos, homens e mulheres, tendo o ensino técnico como grau de instrução mínimo.

Amostragem:
A pesquisa foi enviada para 13 pessoas que foram escolhidas dentro da rede de relacionamento dos integrantes da equipe. O conceito da pesquisa foi explicado e o link para o formulário foi enviado por e-mail.

Entendemos que a enquete realizada dessa forma daria mais liberdade para os respondentes expressarem sua opinião sem nossa interferência. As respostas são anônimas.

O questionário pode ser verificado no Anexo 1

Resultados.

O questionário foi disponibilizado para o público alvo entre os dias 26/04 e 30/04. Neste período, foram obtidas 8 respostas, valor correspondente a 61,5% do público esperado, porém maior que o dobro do mínimo requerido para esta atividade, que era de três respondentes.

Na amostra obtida, 50% dos respondentes eram mulheres. A faixa etária predominante ficou entre 26 e 35 anos (50% do total). Metade dos respondentes estão trabalhando há mais de um ano e menos de três anos e 38% trabalham há mais de 8 anos na indústria. 75% dos respondentes possuem curso superior completo.

A maioria dos respondentes definiu Qualidade de Vida como ter “Saúde e Disposição” (seis respondentes). Dois respondentes definiram como ter “Tempo livre para fazer o que quiser”. Nenhum participante associou a Qualidade de Vida a ter “Dinheiro no bolso”.

Os respondentes deram notas entre 4 e 8 para sua Qualidade de Vida no momento (em uma escala 0-10). Destes, dois respondentes deram nota 8, três deram nota 7 e três deram nota menor ou igual a 5. Não foi possível estabelecer uma correlação estatística entre o grau de instrução e a nota atribuída a Qualidade de Vida.

O Reembolso educação foi um dos benefícios mais citados dentre aqueles oferecidos pela empresa e também foi apontado como sendo um dos que mais contribui para a qualidade de vida dos respondentes. Além desse, foi citado também o transporte, a academia de ginástica, o programa de prevenção ao risco cardíaco e o auxílio creche.

Três respondentes reportaram não receber benefícios da empresa, além do salário.

Dentre os benefícios não oferecidos, porém desejados pelos respondentes, os mais citados foram:
Horários flexíveis – 3 citações
Plano de Saúde – 3 citações
Transporte – 2 citações

A maioria  dos respondentes consideraram que o ambiente de trabalho causa um alto impacto na sua qualidade de vida (63%).

Os participantes consideraram que a Universidade pode contribuir com a melhoria da Qualidade de Vida e Saúde (SQV) no ambiente de trabalho Prestando consultoria para as empresas (50%), promovendo palestras com especialistas abertas ao público ou oferecendo disciplinas humanísticas no currículo dos profissionais da indústria (25% cada). Nenhum respondente considerou que a criação de linhas de pesquisa em nível de mestrado e doutorado sobre o tema SQV venha a contribuir com a melhoria da Qualidade de Vida nas empresas.

Os detalhes sobre o resultado da enquete eletrônica podem ser verificados nos gráficos apresentados na seção “Relatório Analítico”.


Relatório Analítico:


Conclusão

Verificou-se que o acesso a educação é um fator relevante para a Qualidade de Vida  dos respondentes. Podemos inferir que esse acesso dá as pessoas uma perspectiva de melhor remuneração e através dessa um maior acesso aos bens intangíveis associados a Qualidade de Vida, tais como planos de saúde mais completos e academias de ginástica. Os respondentes também sinalizaram que ter horários flexíveis contribui para sua Qualidade de Vida.

Essas respostas convergem com a percepção da maioria de que QV significa saúde e disposição e tempo livre para fazer o que quiser.

Esta enquete teve um público pequeno, porém abriu uma perspectiva para que sejam aprofundados os estudos neste tema, uma vez que várias oportunidades de desenvolvimento para a Universidade foram identificadas.

Os participantes da pesquisa indicaram que a Universidade pode contribuir para a Sociedade fornecendo consultoria para as empresas que desejem melhorar o Ambiente de Trabalho e oferecendo palestras abertas ao público com especialistas na área de Saúde e Qualidade de Vida.

Parte dos entrevistados também sinalizaram que oferecer disciplinas humanísticas para os cursos voltados a profissionais das indústrias pode ajudar a melhorar o ambiente de trabalho. Neste item, podemos verificar que a Unifacs está alinhada com as expectativas da Sociedade.


Por meio desta enquete foi possível verificar as aplicações práticas da disciplina Saúde e Qualidade de Vida. Pudemos perceber a importância desses conceitos no ambiente profissional e perceber que a Universidade pode e deve colaborar para o desenvolvimento de ambientes de trabalho mais saudáveis.

Esperamos ter contribuído para que a Universidade melhore ainda mais suas práticas, buscando aprimorar sua contribuição para a Sociedade.


Referências Bibliográficas

Moraes, F. F. (24 de 02 de 2011). Campus Virtual Unifacs. Acesso em 01 de 05 de 2014, disponível em Unifacs: http://campusvirtual.unifacs.br/moodle/mod/resource/view.php?id=35181
Mussi, R. (2014). http://campusvirtual.unifacs.br/moodle/file.php/1400/aulas/aula_02saude_e_qualidade_de_vida.html. Acesso em 01 de 05 de 2014, disponível em Campus Virtual Unifacs: http://campusvirtual.unifacs.br/moodle/file.php/1400/aulas/aula_02saude_e_qualidade_de_vida.html
OIT. (2012). Conciliação entre Trabalho, vida pessoal e vida familiar. In: J. R. Guimarães, Perfil do Trabalho Decente no Brasil - Um olhar sobre as unidades da Federação (p. 416). Brasília: Escritório da OIT no Brasil.
Wikipedia. (05 de 2012). Wikipedia. Acesso em 01 de 05 de 2014, disponível em Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow
  




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